quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Leitura e Interpretação de texto

Texto 01
Bilhete ao futuro

Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.
Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (...)
Affonso Romano de Sant’Anna


1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque:
a)   defende um tema.
b)   tenta ludibriar o leitor.
c)   faz o registro do dia-a-dia.
d)   conta uma história antiga.
e)   exalta as belezas do país amado.

2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado:
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília.
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília.
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília.
d)   à liquidação dos problemas do século XX.
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros.

3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro:
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”.
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro.
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI.
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão.
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais.

4) Segundo o cronista:
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais.
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados.
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece.
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década.
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro.

5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é:
a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.”
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.”
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.”
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.”
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.”

6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras:
a)   belezas e possibilidades
b)   esperanças e perplexidades
c)   angústias e esperanças
d)   realizações e lembranças
e)   frustrações e melancolias

7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é:
a)   Ilustríssimo Senhor
b)   Vossa Magnificência
c)   Excelentíssimo Senhor
d)   Vossa Senhoria
e)   Vossa Excelência

8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:
a)  explicação
b)  contrariedade
c)  adversidade
d)  enumeração
e)  oposição

9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por:
a)   apresentar obesidade descontrolada
b)   possuir seríssimos  problemas de saúde
c)   ser extremamente romântico
d)   isolar-se socialmente
e)   ser dependente de medicamentos

10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra:
a)  mensagem
b)  hipocondria
c)   esperança
d)  intenção
e)  ideia

Respostas:


1- c, 2- e, 3- a, 4- c, 5- d, 6- b, 7- b, 8- a, 9- d, 10- e

Texto 02
A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre. 
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada. 
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa "dar em cima" e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/ 


1) O texto classifica-se em:
(    ) narrativo
(    ) argumentativo
(    ) informativo
(    ) descritivo

2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?

3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social. 

4) Por que a palavra "respeitados" foi escrita de forma diferente?

5) Qual é o problema apresentado no texto?

6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?

7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?

8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.

9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?

10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto. 




Respostas:
1) (x) argumentativo
2) Ela se refere ao convívio social cibernético.
3) Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados, presença, corpo.”
4) Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.
5) A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento.  
6) Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e  respeito.
7) A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.
8) Resposta pessoal.
9) Resposta pessoal.
10) Resposta possível: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender até aos desconhecidos.


 
Texto 03
Telegrama
Carlos Drummond de Andrade


Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?

Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.

Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.

Telegrama telegrama telegrama.

Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos
nas letras mortais:

Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço.
Atanágoras Falcão.


1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?

2) O que é um estafeta?

3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?

4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras hipóteses, sofrimento prévioe carece.

5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.

6) Há “emoção na cidade”. Por quê?

7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?

8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?

9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?

10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis sugerir?

11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?

12) Quem era Atanágoras Falcão?

13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?


Respostas: 
1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta poderia lhe causar a morte, pois uma mensagem trazida às pressas geralmente não é boa.  
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento antecipado,  precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma notícia inusitada que desperta a curiosidade das pessoas.  
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que viram o estafeta chegar, alarmando umas às outras.    
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T, reforçando o título e o objeto que serviu de tema para o texto (Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e aproveitar para fazer campanha política.

Texto 04
O açúcar
Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.

Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.


1) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso: “flor que se dissolve na boca”:
(     ) se desmancha
(     ) se esparrama
(     ) se acaba
(     ) se dilui

2) Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
(     ) Aquela sobremesa estava amarga.
(     ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
(     ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.

3) Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo significado do texto:
(     ) Realizamos uma dura tarefa.
(     ) O móvel era feito de madeira muito dura.
(     ) O seu jeito duro afasta as pessoas.

4) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.

5) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?
(     ) ao açúcar mascavo      
(     ) ao açúcar refinado     
(     ) a qualquer tipo de açúcar

6) A que elementos o açúcar é comparado?

7) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.

8) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar? 

9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?

10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja transmitir.


Respostas:

1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado     
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.  
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem escola. Não sabem ler, morrem cedo.
10) Resposta pessoal. 


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