terça-feira, 21 de março de 2023

Redes Sociais - Redes sociais x vida real: a fábrica de ilusões da vida perfeita - Praticando.

  Leia o texto 1 abaixo:

Redes sociais x vida real: a fábrica de ilusões da vida perfeita

Em redes sociais, os chamados “digital influencers”, ou somente “influencers”, estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, principalmente no Instagram, rede de compartilhamento de fotos e vídeos, que permite aplicar filtros digitais nas fotos e compartilhá-los em outras redes sociais.

Os influencers ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral. Algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto “Feliciência”. “A diferença entre a felicidade autêntica, legítima e real e a felicidade postada nas redes é abismal. Porque a felicidade, tal qual nós abordamos via psicologia positiva, é uma experiência intrínseca, interna, que pode, claro, ser manifestada, mas nada tem a ver com a ostentação de felicidade”, afirma a pesquisadora. A chamada psicologia positiva é o campo da psicologia que investiga a felicidade e os vários aspectos positivos da experiência humana.

A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a "vida perfeita" de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo aliada a uma vida editada para as redes sociais, avalia a profissional.

A fábrica de ilusões da vida perfeita exibida em alguns perfis das redes sociais na internet, reforçam a sensação de que a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa; que nós poderíamos estar onde não estamos; fazer o que não fazemos; comprar o que não precisamos.

A necessidade de aprovação dos outros, da imagem perfeita, de ser reconhecido, da felicidade constante, faz com que a vida na rede social afasta-se cada vez mais da realidade. Vidas forjadas em troca de curtidas e comentários, mas que por trás da cortina impera uma realidade bem diferente da mostrada. No final das contas, será que o vazio de uma vida cheia de felicidade inventada vale a pena? Será que a felicidade se tornou uma obrigação? É impossível ser feliz o tempo inteiro, isso todo mundo sabe. Todos passamos por aborrecimentos, frustrações, desânimo, tristeza. Mas, nas redes sociais, isso nem sempre é evidenciado.

Um estudo realizado em Londres (University College London) com quase 11mil jovens, concluiu que as garotas são duas vezes mais propensas a apresentarem sintomas depressivos. Três quartos dessas meninas são diagnosticadas com depressão e problemas com autoestima. Além disso, apresentaram insatisfação com a própria imagem e insônia, devido a relação com aplicativos.

Outro estudo realizado em Londres (Royal Society for Public Health) com 1.500 pessoas de 14 e 24 anos concluiu que taxas de ansiedade e depressão aumentaram em 70% nos últimos anos. Este estudo foi batizado de status da mente (#statusofmind); ele avaliou o Instagram como o mais nocivo ao psicológico dos adolescentes. Podemos observar que alguns transtornos mentais podem ser desencadeados a partir das redes sociais. Elas agem como gatilho para a depressão e a ansiedade;

A depressão pode surgir quando a pessoa fica exposta a um padrão de vida que foge da sua realidade, além de reforçar a solidão, pois quanto mais tempo nas redes sociais, menos a pessoa quer sair, fazendo com que as interações sejam cada vez mais pobres e superficiais. A ansiedade surge desse entretenimento constante sem interrupções, gerando, portanto, um excesso de informações.

Os problemas relacionados a imagem surgem desse padrão do corpo perfeito imposto pela sociedade e seguido à risca por muitos perfis na internet. Dicas de dietas, treinos e vida saudável, compartilhados nem sempre por profissionais sérios e sem estudo individual, podem ser maléficos a saúde física e mental. O corpo perfeito exibido com muito foco, força e fé muitas vezes vem mascarado por problemas sérios e rotinas rígidas nas quais não é exposto ao seguidor.

No entanto, precisamos entender que a felicidade está nas coisas simples da vida e cabe a cada pessoa descobrir o que de fato lhe deixa feliz. Clichê? Pode ser, mas é verdade. Preocupados com esse assunto, três universidades brasileiras (Pernambuco, Brasília, Rio Grande do Sul) já disponibilizam a cadeira chamada felicidade. Mas se você acha que o objetivo é mostrar que se pode ser feliz o tempo todo, se enganou. O grande objetivo é trabalhar emoções positivas e ajudar os alunos a construírem hábitos e práticas que gerem felicidade.

Contudo, nas redes sociais as pessoas mostram o que elas gostariam de ser mas nem sempre são. Primeiramente, editar a própria vida demonstra uma busca para esconder um vazio, seja ele de insegurança, abandono, baixa autoestima.

Portanto, existe um limite entre o virtual e o real; ele precisa ser respeitado para que possamos manter nossa saúde mental. A psicoterapia é uma forte aliada para que possamos reconhecer nossa essência e encontrar equilíbrio nas obrigações do cotidiano. Além disso, para que encontremos o prazer e a felicidade nessa grande jornada que é a vida.

(Fonte: Psic. Juliana Bolsson - Mestre em Psicologia Clínica. Disponível em: https://psicoter.com.br/ (adaptado) 23/04/2019.)

1.    Após a leitura do texto 1, responda de forma sincera: 

a)    O que é felicidade? 

b)    O que te deixa feliz?

c)    Com qual frequência você entra nas redes sociais?

d)    Com qual frequência você se expõe nas redes sociais?

e)    Quais sentimentos manifestam-se em você quando navega pelas redes sociais?

 

2.    Explique a partir do texto:

a)    Qual o papel nas redes sociais dos chamados “digital influencers”?

b)    O que seria Positividade tóxica? 

c)    Qual a relação entre a depressão e o uso exaustivo de redes sociais? 

d)    Para o texto, o que seria uma vida editada? 

e)    Qual a recomendação final da autora do texto?

 

3.    A finalidade do texto 1, é:

a)    Descrever os sentimentos que as redes sociais podem despertar nas pessoas.

b)    Narrar situações presentes nas redes sociais e comparar com a vida real.

c)  Apresentar e discutir os efeitos negativos que as redes sociais estão causando nas pessoas.

d)    Apenas expor os efeitos negativos que as redes sociais estão causando nas pessoas.

e)    Vender um estilo de vida perfeito necessários a toda a sociedade.

 

4.    Pelas características do texto lido, considera-se que ele se enquadra no gênero:

 

a)    notícia

b)    artigo

c)    reportagem

d)    editorial

e)  resenha

 

5.    De acordo com o texto I, as redes sociais são uma fábrica de ilusões porque:

a)    Espalham conteúdo para milhares de seguidores.

b)    os chamados “digital influencers” estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida.

c)    Os influencers ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida sonhado por muitos.

d)    A necessidade de aprovação dos outros, da imagem perfeita, de ser reconhecido, da felicidade constante, faz com que a vida na rede social afasta-se cada vez mais da realidade.

e)    Resulta em vidas forjadas em troca de curtidas e comentários.

 

6.    O trecho do texto que apresenta uma OPINIÃO da autora é:

a)    Um estudo realizado em Londres concluiu que as garotas são duas vezes mais propensas a apresentarem sintomas depressivos.

b)    três universidades brasileiras (Pernambuco, Brasília, Rio Grande do Sul) já disponibilizam a cadeira chamada felicidade

c)    Outro estudo realizado em Londres concluiu que taxas de ansiedade e depressão aumentaram em 70% nos últimos anos.

d)    estudo realizado em Londres avaliou o Instagram como o mais nocivo ao psicológico dos adolescentes.

e)    precisamos entender que a felicidade está nas coisas simples da vida e cabe a cada pessoa descobrir o que de fato lhe deixa feliz.

 

7.    Na construção desse texto, a autora se vale de estratégias argumentativas bastante comuns a esse gênero. Assinale a única que NÃO está presente no texto.


a)    Citação de autoridade no assunto.

b)    Refutação. 

c)    Citação de pesquisas.

d)    Causa e consequências.

e)    Perguntas retóricas.

 

8.    No trecho: 

Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, principalmente no Instagram, rede de compartilhamento de fotos e vídeos, que permite aplicar filtros digitais nas fotos e compartilhá-los em outras redes sociais.

Considerando os operadores de retomada de informações nos textos, a expressão em destaque refere-se à(ao):

a)    Fotos e vídeos

b)    Essas pessoas

c)    Conteúdo

d)    Milhares de seguidores

e)    Filtros digitais

 

9.    Quais figuras de linguagem há no título do texto 1 (Redes sociais x vida real: a fábrica de ilusões da vida perfeita)?

a)    Metáfora e paradoxo

b)    Metáfora e metonímia

c)    Paradoxo e comparação

d)    Hipérbole e metáfora

e)    Prosopopeia e eufemismo

 

10.  Assinale a palavra que não faz parte do mesmo campo semântico das demais:

a)    aborrecimentos

b)    alegria

c)    frustrações

d)    desânimo

e)    tristeza

GABARITO OFICIAL

RESPOSTAS 

1.        

A)      RESPOSTA PESSOAL

B)      RESPOSTA PESSOAL

C)      RESPOSTA PESSOAL

D)      RESPOSTA PESSOAL

E)      RESPOSTA PESSOAL

 

2.        

A)      estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida, ditam tendência e estão sempre mostrando um estilo de vida sonhado por muitos.

B)      uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo aliada a uma vida editada para as redes sociais.

C)      A depressão pode surgir quando a pessoa fica exposta a um padrão de vida que foge da sua realidade, além de reforçar a solidão, pois quanto mais tempo nas redes sociais, menos a pessoa quer sair, fazendo com que as interações sejam cada vez mais pobres e superficiais

D)      Significa sempre mostrar alegria e bons momentos nas redes sociais, mesmo que no íntimo a pessoa não está feliz.

E)      Ela recomenda os usuários estabelecerem um limite de uso das redes sociais, e se for o caso, procura ajuda da psicoterapia.

3. C        4. B         5. D          6.E         7. B        8. A        9. A        10.B





  C

4

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