Contato com as
plataformas permite que os estudantes desenvolvam habilidades como diálogo e
senso de responsabilidade
07 de
fevereiro de 2013 | 12h10
Os blogs podem ser importantes
ferramentas para desenvolver habilidades relacionadas à escrita e comunicação
com os alunos. Mas seu uso não se restringe aos textos. O contato com as
plataformas permite que os estudantes desenvolvam outras habilidades como
diálogo e senso de responsabilidade, ao terem que, por exemplo, responder os
comentários ou administrar questões de direitos autorais sobre o que publicam.
Para ajudar os educadores sobre o uso dos blogs em sala de aula, Ben Curran,
professor e consultor educacional em uma escola em Detroit, nos Estados Unidos,
dá dicas, passo a passo, de como criar um blog, usá-lo em classe e até como
ampliar seu acesso por meio de hashtags no Twitter, como é o caso da #comments4kids, criada por especialistas para chamar
pessoas a comentarem em trabalhos de estudantes de todo mundo.
Segundo Ben Curran, criar um blog, para muitos, é
sinônimo de “trabalheira”, mas o especialista garante que vale a pena. “É
importante que os alunos tenham seus textos lidos por mais pessoas do que
apenas pelo professor. O impacto é imensurável quando eles veem que suas
publicações estão sendo lidas por familiares, colegas e pessoas de todo o
mundo. É uma forma de fazê-los se atentarem a tudo, desde ao simples hábito da
escrita até a escolha de palavras para se comunicar com mais clareza”, afirma o
consultor à Education Week.
Segundo ele, outros avanços são bastante claros: os
alunos ficam mais cautelosos para escrever, criam o costume de ler e reler os
textos antes de enviá-los ou publicá-los, estabelecem uma relação de troca com
os colegas compartilhando textos para revisão. “Os meus alunos, por exemplo,
passaram a ter conversas mais significativas sobre a escrita, fazem perguntas e
observações mais sofisticadas do que faziam antes. Eles se tornaram escritores
e passaram a viver ‘vida de escritores’, o objetivo final de qualquer
professor”, diz ele que é fundador da Engaging Educators, iniciativa que ajuda professores a se engajarem a
partir do uso da tecnologia. Em outras situações, afirma, produzir um blog
amplia a abordagem de novos conteúdos em sala de aula, como o uso das mídias
sociais, cidadania digital e direitos autorais.
Acompanhe as dicas:
1. Foco no tema
O primeiro passo que o professor precisa ter em mente é a
escolha do tema que deseja trabalhar com os estudantes. O ideal é que o tema
sirva como apoio a disciplina que esteja ensinando. Os assuntos podem variar,
desde diários reflexivos de matemática ou ciências, resenhas de livros ou até
mesmo artigos de opinião sobre atualidades. No caso do professor Curran, seus
alunos mantêm blogs que estimulam à prática de textos sobre política, como a
revolta da Síria, aos conflitos étnicos, como o assassinato do jovem negro
Martin Trayvon, 17, que estava desarmado e foi morto no ano passado por um
vigia voluntário nos Estados Unidos. Enquanto outra plataforma, permite que os
alunos compartilhem cartas que escreverem sobre questões sociais. E ainda, um
último blog foi produzido sobre os livros que os alunos estão lendo.
2. Formato e
plataformas
Depois de focar em um temática, é preciso pensar em
formatos e plataformas. O professor precisa decidir se quer criar um único
blog, onde podem ser abarcados diferentes assuntos ou criar várias plataformas.
A vantagem de criar um único blog é o “controle de qualidade” sobre as publicações,
já que é o professor o administrador de tudo que é postado. Em contrapartida,
isso exigirá mais tempo dele, já que precisará revisar e publicar os textos
enviados por e-mails pelos estudantes. Outra opção, é que a criação de blog
individuais pelos alunos. Neste caso, cada um tem um nome de usuário e senha
individuais, e é responsável por suas próprias postagens. Uma boa opção de
plataforma que pode ser adotada é o Blogger. O professor pode criar a plataforma e os alunos, acima
de 13 anos, (idade mínima para configurar contas do Google), podem se cadastrar
como autores. Dessa forma, o professor tem controle total sobre o conteúdo e os
comentários. Outra alternativa é o KidBlog, desenvolvida especialmente para que
professores e estudantes criem seus blogs individuais.
Em ambas as plataformas, que são gratuitas, é possível
ainda gerenciar o nível de privacidade: ser totalmente privada, ter acesso
restrito, ou seja, ser aberta apenas aos colegas de classe, ou ficar disponível
para toda a web. Além disso, para garantir a segurança do que é postado, o
professor pode ainda se inscrever por e-mail ou RSS para receber notificações
automáticas sempre que novas publicações forem postadas.
3. Preparo e
prática
Outro aspecto importante é a estruturação do blog
(edição, revisão e interação com os leitores) e o preparo dos estudantes em
relação ao senso de responsabilidade, já que os trabalhos publicados deixam de
ser vistos somente pelo professor, mas por qualquer pessoa do mundo com acesso
à internet.
4. Divulgação
A última etapa é divulgação dos blogs. O objetivo é que
os professores estimulem seus alunos não somente a ler as publicações dos
colegas, mas que comentem uns os textos dos outros. Para atrair leitores para
além da sala de aula, um outro professor americano, William Chamberlain,
decidiu criar a hashtag #comments4kids, para ampliar o número de leitores dos
blogs criados por seus alunos.
Fonte:
http://porvir.org/porfazer/como-os-blogs-podem-melhorar-escrita-dos-alunos/20130206
Nenhum comentário:
Postar um comentário