segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O USO DO MAIS, MAS E MÁS




O EMPREGO DE [MAIS]
• Mais é pronome ou advérbio de intensidade, portanto está relacionado com quantidade, aumento, grandeza, superioridade ou comparação. [Mais], normalmente, é o oposto de [menos]. Portanto, se tiver dúvida, substitua-o por [menos] (menas nunca); se for possível a substituição, use [mais]: Você quer seu suco com mais (menos) açúcar?
=> O brasileiro está cada dia mais (menos) rico.
=> Todos querem mais (menos) amor.
=> É mais (menos) difícil fazer do que criticar.
CASOS ESPECIAIS
a) Mais bem e Mais mal - antes de verbos no particípio, use mais bem e mais mal em vez de pior e melhor. Em português, o particípio é a forma nominal do verbo, geralmente, formado com o sufixo [-ado] [-ada] para os terminados em [ar] (amado, parado) e [-ido] [-ida], para os terminados em [er] e [ir] (vendido, sentido). Nos demais casos, use pior e melhor:
=> Aquelas alunas estavam mais bem preparadas que as outras.
=> E não: Aquelas alunas estavam melhor preparadas que as outras.
=> Seu trabalho está mais bem elaborado que o meu (e não: melhor).
=> Esta roupa parece mais mal acabada que aquela (e não: pior).
b) Mais bom que mal – quando comparamos atributos ou qualidades, as formas corretas são:
=> O José é mais bom que mal (e não: é melhor do que pior).
=> O filme é mais bom que mal (e não: é melhor do que pior).
c) Mais ruim – use apenas em comparações como:
=> Arnaldo é mais ruim que bom.
=> Ele é mais ruim que falso.
► Nos demais casos: Fulano é [mais] malvado, é mais perverso, é mais falso que o irmão (e não: mais ruim).
=> Ela é mais atenciosa que as outras.
d) Mais que fazer – não existe [o] entre o [mais] e o [que] em frases como: Tenho mais que fazer (e não: mais o que fazer).
=> Há mais que dizer (e não: mais o que dizer).
e) Mais grande – não use nunca. Na língua culta é um erro grave. Use sempre [maior]: Pedro é maior do que Paulo.

O EMPREGO DE [MAS]
• Mas é a principal das conjunções adversativas. Relaciona pensamentos contrastantes, opositivos ou restritivos. Se eu lhe dissesse: “Minha irmã treinou muito, mas…”, com certeza, não precisaria terminar a frase, porque você iria imaginar que ela foi mal na atividade esportiva:
=> Gosto de navio, mas prefiro avião.
=> Ele falou bem; mas não foi como eu esperava.
► Se tiver dúvida quanto ao uso de [mas], basta substituí-lo por: porém, contudo, todavia, entretanto. Se for possível a substituição use [mas]: Gosto de navio, porém (mas) prefiro o trem.
=> Ele falou bem; todavia (mas) não foi como eu esperava.
=> Tentou, mas (porém, todavia, entretanto) não conseguiu.
Casos Especiais
a) Mas... no entanto – constituem redundância, se usados na mesma frase: Saiu cedo, mas não conseguiu, no entanto, chegar na hora. Use: Saiu cedo, mas não conseguiu chegar na hora.
=> Ou, então: Saiu cedo, no entanto, não conseguiu chegar na hora.
b) Mas que – neste caso, o [mas] não tem função e deve ser suprimido: Ele é o piloto titular, (não: mas) que está de licença este ano.
c) Vírgula – use vírgula antes de [mas]:
=> Vá onde quiser, mas fique morando conosco.
=> Sofri muito, mas espero uma recompensa.
O EMPREGO DE MÁS
• Más é o plural do adjetivo [má] que por sua vez é o feminino de [mau]. Como o oposto de [mau] é [bom] e o de [má] é [boa] o plural de [más] será [boas]. Então, basta substituir [más] por [boas]; sendo possível a substituição mantenha o [más]:
=> Estavam com más (boas) intenções.
=> As más (boas) ações empobrecem o espírito.
=> Sempre soubemos que elas eram más (boas).

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