quarta-feira, 22 de março de 2023

Língua Portuguesa - Texto literário e Não-literário - Praticando.

 Leia o texto 1 abaixo:

Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.

Talvez não fosse um Menino De Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide. Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. 

Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. (...) Na verdade não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares.

Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê.“

 (COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)

1.  A crônica muitas vezes constitui um espaço para reflexão sobre aspectos da sociedade em que vivemos. No terceiro parágrafo em “... não existem meninos De rua. Existem meninos NA rua”, a troca de “De” pelo “Na” determina que a relação de sentido entre “menino” e “rua” seja: 

a)    de localização e não de qualidade.

b)    de origem e não de posse.

c)    de origem e não de localização.

d)    de qualidade e não de origem.

e)    de posse e não de localização.

 

2.      A finalidade do texto 1 é:

a)      simplesmente contar um fato presenciado pela narradora.

b)      fazer uma análise crítica de uma situação cotidiana, possibilitando ao leitor uma reflexão.

c)      descrever uma situação ocorrida na rua.

d)      noticiar um caso de abandono de menores.

e)      denunciar o fato de crianças serem moradores de rua nas cidades grandes.


Leia atentamente o texto 2:


PADRE: (aparecendo na igreja) Que gritaria é essa?
CHICÒ: Mandaram avisar que uma pessoa vai trazer um cachorro para o senhor benzê.
PADRE: para eu benzer?
CHICÒ: Sim.
PADRE: (com desprezo) Que maluquice! Que besteira!
JOÃO GRILO: Mas padre, no dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não benzeu?
PADRE: Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze, mas benzer cachorro?
JOÃO GRILO: É Chicó, o padre tem razão, benzer o cachorro do Major Antônio Morais não pode.
PADRE: Como? E o dono do cachorro é Antônio Morais?
JOÃO GRILO: É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse.
PADRE: (sorrindo) Zangar nada, João!
JOÃO GRILO: (cortante) Quer dizer que benze, não é?
PADRE: Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus. Diga ao Major que venha. Eu estou esperando. (entra na igreja)

(Fonte: Ariano Suassuna, Auto da Compadecida Primeiro Ato)


3.      Sobre o trecho acima, assinale a única alternativa correta:


a)      Esse texto é literário, porque se trata de uma história verídica, ou seja, real.

b)      Esse texto é literário haja vista os sujeitos envolvidos na trama realmente existirem na vida real.

c)      Esse texto é literário, pois se trata de uma obra ficcional e artística do autor.

d)      Esse trecho é de uma obra que não pode ser considerada literatura, uma vez que a sua história não é ficção.

e)      Esse texto não é literário, visto que o tema desse trecho é a mentira em que envolvem o padre.

 

4.      Ainda sobre o texto 2, o padre mudou de ideia em relação à benção do cachorro porque

a)      É normal a Igreja abençoar os animais.

b)      O bispo obrigou o padre a abençoar o cachorro.

c)      João Grilo ameaçou o padre a benzer o animal.

d)      Entendeu que o cachorro pertencia ao Major Antônio Morais.

e)      A mulher do padeiro pagaria para que ele benzesse o animal.

 

5.      No trecho:

PADRE: (com desprezo) Que maluquice! Que besteira!

A preposição “com” destacada atribui nesse trecho o efeito de sentido de:

a)      Companhia

b)      Instrumento

c)      Causa

d)      Combinação

e)      Modo


Texto 3 para responder as questões de 6 e 7:

CONSOADA 

“Quando a Indesejada das gentes chegar

(Não sei se dura ou coroável),

Talvez  sorria, ou dia:

Alô,  iniludível!

O meu dia foi bom, pode a noite descer.

(A noite com seus sortilégios).

Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,

A mesa posta,

Com cada coisa em seu lugar.” 

(Manuel Bandeira)

6.      A partir da leitura do texto acima, pode-se compreender que:

 

a)      O sujeito faz uma reflexão sobre a morte e conclui que está preparado para recebê-la.

b)      O sujeito faz uma reflexão sobre a vida e critica quem tem medo da morte.

c)      Esse texto não é literário porque transmite informações de maneira objetiva para o leitor.

d)      Não há linguagem figurada no texto acima.

e)      Esse texto é literário, já que foi estruturado em prosa e há a presença de um narrador.

 

7.      A temática abordada no texto 3 é a:

a)  Fome   

b) morte   

c) vida    

d) doença   

e) noite

Observe o texto 4 abaixo:


8. 
Na imagem ao lado, observe a preposição e assinale a única alternativa que traz o sentido que ela transmite no texto:


a)      material

b)      meio

c)      posse

d)      lugar

e)      direção






9. Leia o texto da imagem abaixo e assinale a única alternativa CORRETA sobre o uso da preposição.

 


a) A placa acima não está errada, pois tanto faz “Entrega à domicílio” quanto “Entrega em domicílio”.

b) A expressão “Entrega à domicílio” escrita nesta placa está errada, tendo em vista toda entrega ser realizar “em algum lugar” e não “a algum lugar”.

c) A expressão “Entrega ao domicílio” seria a forma correta a ser escrita nesta placa, porque a preposição “ao” transmite o sentido de lugar.

d)  Na expressão “Entrega à domicílio” podemos substituir a preposição “à” por “para” e mesmo assim placa continuaria correta.

e)    O correto seria o uso da preposição “no” (Entrega no domicílio).

 

10. “Sob” é uma preposição utilizada com o sentido de “embaixo de”, “por baixo de” e “debaixo de”. Entretanto, assinale a única frase em que “sob” foi usada com o sentido de “modo” ou “em estado de”.

a)      Passamos de carro sob a ponte.

b)      O seu livro está sob a mesa.

c)      O cartão ficou sob o vaso de plantas.

d)      Os tênis de Maria estão sob o guarda-roupa.

e)      O garoto foi retirado da sala sob forte emoção.


GABARITO OFICIAL

1. A        2. B        3. C         4. D        5. E        6. A        7. B        8. C        9. B        10. E 

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