São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas.
Subdividem-se em figuras de som,figuras de palavras, figuras
de pensamento e figuras de construção.
Classificação das Figuras de
Linguagem
Observe:
1) Fernanda acordou às sete horas,
Renata às nove horas, Paula às dez e meia.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.
Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem:
Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar
subentendido, na segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o
verbo acordar. Repare que a segunda e a última frase do primeiro
exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às
nove horas, Paula acordou às dez e meia. Dessa forma, temos
uma figura de construção ou de sintaxe.
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual
entre as palavras fecha e abre, que possuem
significados opostos. Temos, assim, uma figura de pensamento.
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os
elementos olhos e luzes brilhantes. Essa
associação nos permite uma transferência de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes
brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra.
Figura de Palavra
A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra
por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja
por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação,
uma comparação, umasimilaridade. Esses dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade -
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metáfora e
a metonímia.
Metáfora
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de
outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o
nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É
importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo e momentâneo;
se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese
(é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da
mesa", "braço da cadeira").
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita,
em que o elemento comparativo não aparece.
Observe a gradação no processo
metafórico abaixo:
Seus olhos
são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, através
do emprego da palavra como.
Observe agora:
Seus olhos
são luzes brilhantes.
Nesse exemplo não há mais uma comparação (note a ausência da partícula
comparativa), e sim um símile, ou seja, qualidade do que é
semelhante.
Por fim, no exemplo:
As luzes
brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes
brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora.
Observe outros exemplos:
1) "Meu pensamento é um rio
subterrâneo." (Fernando Pessoa)
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta estabelece
relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode estar
relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2) Minha alma é uma estrada de terra que
leva a lugar algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar
algum é, na frase
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que indica uma alma
rústica e abandonada (e angustiadamente inútil), há uma comparação
subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma
estrada de terra que leva a lugar algum.
Metonímia
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo
entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos
abaixo:
1 - Autor
pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Gosto de
ler a obra literária de Machado de Assis.)
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno.)
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteresforam atrás dos jogadores.)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheresforam chamadas, não apenas uma mulher.)
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.)
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates tomou veneno.)
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo.)
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteresforam atrás dos jogadores.)
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente.)
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheresforam chamadas, não apenas uma mulher.)
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado.)
Saiba que:
Atualmente, não se faz mais a distinção entre metonímia e sinédoque
(emprego de um termo em lugar de outro), havendo entre ambos relação de
extensão. Por ser mais abrangente, o conceito de metonímia prevalece sobre o
de sinédoque.
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Catacrese
Trata-se
de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese
costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um
conceito, toma-se outro "emprestado". Assim, passamos a empregar
algumas palavras fora de seu sentido original.
Exemplos:
Perífrase
Trata-se
de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características
ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade
Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Obs.:
quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo)
passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem. O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Sinestesia
Consiste
em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes
órgãos do sentido.
Exemplos:
Um grito áspero revelava
tudo o que sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil)
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = visual) |
Figuras de Pensamento
Dentre as
figuras de pensamento, as mais comuns são:
Antítese
Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre
si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos
opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma
ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada
dos mesmos. Observe os exemplos:
"O mito é o nada que
é tudo." (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma.
O corpo é grande e a alma é pequena.
"Quando um muro separa, uma ponte une."
"Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores." (Castro Alves)
Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma.
Paradoxo
Consiste
numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias
contraditórias. Veja o exemplo:
Na reunião, o funcionário afirmou que o
operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econômicas.
Eufemismo
Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou
menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante.
Exemplos:
Depois de muito sofrimento, entregou
a alma ao Senhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Ironia
Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em
satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de
ridicularizá-lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica.
A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal
construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja
os exemplos abaixo:
Como você foi bem na última prova, não
tirou nem a nota mínima!
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto.
Hipérbole
É a expressão
intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos:
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac)
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac)
Prosopopeia
ou Personificação
Consiste em
atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou
características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos:
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse.
Chora, violão.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse.
Chora, violão.
Apóstrofe
Consiste na "invocação" de
alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso
que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do
receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe
interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a
que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal
invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
Moça, que fazes aí parada?
"Pai Nosso, que estais no céu..."
"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
"Pai Nosso, que estais no céu..."
"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
Gradação
Consiste em dispor as ideias por meio de
palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente.
Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é
descendente, o anticlímax. Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente
e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões...
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana.
Para chegar a esse detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e,
finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
"Vive só para mim, só para a minha
vida, só para meu amor". (Olavo Bilac)
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira)
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio Vieira)
Figuras de Construção ou Sintáticas
As figuras
de construção ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade
que se dá ao sentido.
Elipse
Consiste na omissão de
um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por
elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos:
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
2)Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira.
Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho e amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".
3)Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)
2)Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira.
Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho e amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".
3)Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.)
4) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.)
Zeugma
Zeugma é uma
forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já
mencionado anteriormente.
Exemplos:
Ele gosta de
geografia; eu, de português.
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos.
Ela gosta de natação; eu, de vôlei.
No céu há estrelas; na terra, você.
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos.
Ela gosta de natação; eu, de vôlei.
No céu há estrelas; na terra, você.
Silepse
A silepse é a concordância que se faz com o termo que
não está expresso no texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma
concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz com um
termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero,
número e pessoa.
Silepse de Gênero
Os gêneros
são masculino e feminino. Ocorre a silepse de
gênero quando a concordância se faz com aideia que o termo
comporta. Exemplos:
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma
vez com o calor intenso.
Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho).
2) Vossa excelência está preocupado.
Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa excelência.
Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de Porto Velho).
2) Vossa excelência está preocupado.
Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa excelência.
Silepse de Número
Os números
são singular e plural. A silepse de número ocorre
quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração,
mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
A procissão saiu. Andaram por
todas as ruas da cidade de Salvador.
Como vai a turma? Estão bem?
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Como vai a turma? Estão bem?
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram, estão e gritavam não
concordam gramaticalmente com os sujeitos das orações (que se encontram no
singular, procissão, turma e povo,
respectivamente), mas com a ideia de pluralidade que neles
está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita gente, por isso que
os verbos estão no plural.
Silepse de Pessoa
Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A
silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma
vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa
que está inscrita no sujeito.
Exemplos:
Exemplos:
O que não
compreendo é como os brasileiros persistamos em
aceitar essa situação.
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
"Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis)
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
"Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (Machado de Assis)
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas que
estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós,
os brasileiros, os agricultores e os cariocas).
Polissíndeto / Assíndeto
Para
estudarmos essas duas figuras de construção, é necessário recordar um conceito
estudado em sintaxe sobre período composto. No período composto por
coordenação, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas.
A oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) é sindética;
a oração que não apresenta conectivo é assindética.
Recordado
esse conceito, podemos definir as duas figuras de construção:
1) Polissíndeto
É uma figura
caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe
o exemplo:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre,
vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se
espedaça, e morre." (Olavo Bilac)
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.
2) Assíndeto
É uma figura
caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas,
resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens
família.
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
Pleonasmo
Consiste na repetição de
um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Veja este
exemplo:
O problema da violência, é necessário
resolvê-lo logo.
Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classsificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Aos funcionários, não lhes interessam
tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto pleonástico.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o pronome "lhes" exerce a função de objeto indireto pleonástico.
Exemplos:
"Vi, claramente visto, o
lumo vivo." (Luís de Camões)
"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)
"E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)
"O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)
"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal." (Fernando Pessoa)
"E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)
"O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel Bandeira)
Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais vigor à
frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso. Exemplos:
Vi aquela cena com meus próprios
olhos.
Vamos subir para cima.
Vamos subir para cima.
Anáfora
É a repetição de
uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de
reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta
em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os
termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos porpronomes relativos.
Assim, observe o exemplo abaixo:
Encontrei um
amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é
um termo anafórico, já que se refere aum amigo anteriormente
referido. Observe outro exemplo:
"Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto
Consiste
na mudança da construção sintática no meio da frase,
ficando alguns termos desligados do resto do período.
Veja o exemplo:
Esses alunos da escola, não se pode
duvidar deles.
A expressão "esses
alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No
entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte, não
exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase
quebrada", pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do
pensamento.
Exemplos:
O Alexandre, as coisas não
lhe estão indo muito bem.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Obs.: o anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em
casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo.
Hipérbato / Inversão
É a inversão da
estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração.
Exemplos:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta
seria: O amor venceu ao ódio.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)
Figuras de Som
Aliteração
Consiste na repetição de consoantes como recurso para
intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo. Exemplos:
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
"Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
Cruz e Souza (Aliteração em "v")
O rato roeu a roupa do rei de Roma.
"Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
Cruz e Souza (Aliteração em "v")
Assonância
Consiste na repetição
ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos:
"Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral."
mulato democrático do litoral."
Onomatopeia
Ocorre
quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da
realidade. Exemplos:
Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
Cócórócócó, fez o galo às seis da manhã.
Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
Cócórócócó, fez o galo às seis da manhã.
Fonte:
soportugues.com.br
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