Encontrei várias idéias interessantes sobre como usar os flashcards em sala de aula. Antes de mais nada é necessário definir “flashcard”: são figuras representando os conceitos (concretos ou abstratos) que estamos ensinando. Em inglês são particularmente importantes porque nem sempre o aluno consegue relacionar a palavra ao objeto e quem (como eu) dá aula sem o uso do português, seu uso pode ser ainda mais útil. Os flashcards fazem parte do que se chama de “visual aid” e pode vir ou não acompanhado da palavra escrita.
Eu prefiro usar o flashcard sem palavras, só com as figuras, para apresentar vocabulário, para jogos ou outros fins posso usar o flashcard com palavras. Há vários sites na internet que fornecem flashcards, mas você pode tornar qualquer figura um flashcard, mesmo as recortadas de revistas. O problema de tirar fotos de revistas é que nem sempre encontramos o que procuramos, ou encontramos mas não podemos usar. Acontece comigo de encontrar uma figura perfeita mas numa sala de espera de dentista, por exemplo. Aí, nada a fazer, a não se anotar o número da revista e encomendar da editora. Mas desde que existe o Google Imagens tudo ficou mais fácil.
Alguns conceitos concretos podem ser mais complicados, porque mesmo que você ache que todos os seus alunos entenderam pode ser que alguns não façam a mínima idéia do que você está falando, então sempre é interessante levar alguma “visual aid”, como um flashcard. No caso de você ensinar “apple”, você até pode levar uma maçã, mas se tiver que ensinar 20 palavras vai levar 20 coisas diferentes? No caso de objetos escolares, a maioria está presente em sala, mas outros objetos podem ser difíceis de encontrar ou transportar. O flashcard facilita tudo, no caso da maçã, será que restará alguma dúvida se ao apresentar a palavra você mostrar a figura abaixo (impressa e aumentada)?
A figura impressa é mais fácil de apresentar que levar uma maçã para a sala
Naturalmente você pode também fazer mímica para ensinar conceitos abstratos como “broke”, por exemplo. Mas quem garante que seu aluno vai entender, além do fato de você se expor ao ridículo ao apresentar certas emoções? Quando ensinava “cry” e fazia de conta que estava chorando, às vezes provocava crises de riso nos alunos desviando completamente a atenção deles do assunto que estava ensinando, em outras eles se entreolhavam como se eu estivesse surtando. Melhor apresentar um flashcard, olhem que perfeito para ensinar o conceito “broke”:
Essa figura poupa muitos minutos de explicações e exemplos e o conceito de "broke" fica claro.
E vejam que dificilmente o aluno ficará sem entender. Se ao explicar “happy” você der uma gargalhada, o aluno poderá pensar que “happy” quer dizer gargalhada, sorriso, careta, ou seja lá o que ele interpretar do seu gesto há algumas imagens que já se tornaram símbolos universais. Vejam por exemplo a figura abaixo para o conceito “happy”:
Esse símbolo já é praticamente universal e será imediatamente reconhecido pelos alunos, associando-o ao conceito "happy".
Da mesma forma, imagine o conceito “full”, que pode ser complicado mesmo você tendo algo realmente “full”. Vamos então ao auxílio visual do flashcard:
Essa figura transmite bem o conceito de "full", não acham?
Outros usos
Naturalmente que os flashcards podem ser usados em uma infinidade de atividades em sala de aula, não se limitando à apresentação de vocabulário novo. Podem (e devem) ser usados para incrementar jogos, dinâmicas, aulas de conversação e mesmo para uma revisão antes de uma prova. O uso de figuras torna a aula mais alegre e interessante do que se você ficar simplesmente falando como uma matraca ou até mesmo se os alunos participarem com perguntas ou respostas. As figuras sempre serão um auxílio potente e catalisador de atenção.
Como eu já disse anteriormente, evito o uso de nomes nas figuras, prefiro que os alunos associem a palavra ouvida apenas ao objeto em si (ou à idéia transmitida) e não à palavra escrita. Associando dessa forma elas ficarão (som + imagem) gravadas diretamente no subconsciente do aluno e com a repetição e a prática todas as vezes que a ouvir imediatamente em seu cérebro surgirá também a figura. Já a palavra escrita faz parte do acervo de “coisas aprendidas” e fica armazenada numa região diferente do cérebro e ficará mais difícil de ser acessada do centro de linguagem que funciona em outro setor.
Associando figuras diretamente à linguagem conseguimos não só que o aluno aprenda o conceito quanto que se torne fluente no idioma pois usamos o mesmo mecanismo usado pelo bebê para aprender a falar (som + imagem). A palavra escrita só aparece bem depois de a linguagem ter sido solidificada e formada de forma consistente no cérebro da criança e nem sempre está diretamente associada à linguagem. Um bom exemplo disso é o de pessoas que sabem ler e conseguem ler em voz alta textos bem complexos, mas que não conseguem entender absolutamente nada do que leram. Isso demonstra que a linguagem escrita nem sempre está diretamente ligada à linguagem falada. Como não sabemos se isso ocorre com nossos alunos, o melhor é usar diretamente o setor primário de formação da linguagem falada, e as imagens nesse caso são fundamentais na formação desse “conceito subconsciente” da palavra falada.
Se você ainda não usa os flashcards em sala de aula, espero que mude de idéia depois de ler essa postagem. Confesso que eu mesma achava bobagem, e baseava essa opinião no fato de que presumia que todos os alunos entenderiam perfeitamente o que eu estava ensinando. Com o passar dos anos cheguei à conclusaão que as imagens são um auxiliar poderoso do qual nenhum professor pode se dar ao luxo de abrir mão.
Zailda Coirano
Eu prefiro usar o flashcard sem palavras, só com as figuras, para apresentar vocabulário, para jogos ou outros fins posso usar o flashcard com palavras. Há vários sites na internet que fornecem flashcards, mas você pode tornar qualquer figura um flashcard, mesmo as recortadas de revistas. O problema de tirar fotos de revistas é que nem sempre encontramos o que procuramos, ou encontramos mas não podemos usar. Acontece comigo de encontrar uma figura perfeita mas numa sala de espera de dentista, por exemplo. Aí, nada a fazer, a não se anotar o número da revista e encomendar da editora. Mas desde que existe o Google Imagens tudo ficou mais fácil.
Alguns conceitos concretos podem ser mais complicados, porque mesmo que você ache que todos os seus alunos entenderam pode ser que alguns não façam a mínima idéia do que você está falando, então sempre é interessante levar alguma “visual aid”, como um flashcard. No caso de você ensinar “apple”, você até pode levar uma maçã, mas se tiver que ensinar 20 palavras vai levar 20 coisas diferentes? No caso de objetos escolares, a maioria está presente em sala, mas outros objetos podem ser difíceis de encontrar ou transportar. O flashcard facilita tudo, no caso da maçã, será que restará alguma dúvida se ao apresentar a palavra você mostrar a figura abaixo (impressa e aumentada)?
A figura impressa é mais fácil de apresentar que levar uma maçã para a sala
Naturalmente você pode também fazer mímica para ensinar conceitos abstratos como “broke”, por exemplo. Mas quem garante que seu aluno vai entender, além do fato de você se expor ao ridículo ao apresentar certas emoções? Quando ensinava “cry” e fazia de conta que estava chorando, às vezes provocava crises de riso nos alunos desviando completamente a atenção deles do assunto que estava ensinando, em outras eles se entreolhavam como se eu estivesse surtando. Melhor apresentar um flashcard, olhem que perfeito para ensinar o conceito “broke”:
Essa figura poupa muitos minutos de explicações e exemplos e o conceito de "broke" fica claro.
E vejam que dificilmente o aluno ficará sem entender. Se ao explicar “happy” você der uma gargalhada, o aluno poderá pensar que “happy” quer dizer gargalhada, sorriso, careta, ou seja lá o que ele interpretar do seu gesto há algumas imagens que já se tornaram símbolos universais. Vejam por exemplo a figura abaixo para o conceito “happy”:
Esse símbolo já é praticamente universal e será imediatamente reconhecido pelos alunos, associando-o ao conceito "happy".
Da mesma forma, imagine o conceito “full”, que pode ser complicado mesmo você tendo algo realmente “full”. Vamos então ao auxílio visual do flashcard:
Essa figura transmite bem o conceito de "full", não acham?
Outros usos
Naturalmente que os flashcards podem ser usados em uma infinidade de atividades em sala de aula, não se limitando à apresentação de vocabulário novo. Podem (e devem) ser usados para incrementar jogos, dinâmicas, aulas de conversação e mesmo para uma revisão antes de uma prova. O uso de figuras torna a aula mais alegre e interessante do que se você ficar simplesmente falando como uma matraca ou até mesmo se os alunos participarem com perguntas ou respostas. As figuras sempre serão um auxílio potente e catalisador de atenção.
Como eu já disse anteriormente, evito o uso de nomes nas figuras, prefiro que os alunos associem a palavra ouvida apenas ao objeto em si (ou à idéia transmitida) e não à palavra escrita. Associando dessa forma elas ficarão (som + imagem) gravadas diretamente no subconsciente do aluno e com a repetição e a prática todas as vezes que a ouvir imediatamente em seu cérebro surgirá também a figura. Já a palavra escrita faz parte do acervo de “coisas aprendidas” e fica armazenada numa região diferente do cérebro e ficará mais difícil de ser acessada do centro de linguagem que funciona em outro setor.
Associando figuras diretamente à linguagem conseguimos não só que o aluno aprenda o conceito quanto que se torne fluente no idioma pois usamos o mesmo mecanismo usado pelo bebê para aprender a falar (som + imagem). A palavra escrita só aparece bem depois de a linguagem ter sido solidificada e formada de forma consistente no cérebro da criança e nem sempre está diretamente associada à linguagem. Um bom exemplo disso é o de pessoas que sabem ler e conseguem ler em voz alta textos bem complexos, mas que não conseguem entender absolutamente nada do que leram. Isso demonstra que a linguagem escrita nem sempre está diretamente ligada à linguagem falada. Como não sabemos se isso ocorre com nossos alunos, o melhor é usar diretamente o setor primário de formação da linguagem falada, e as imagens nesse caso são fundamentais na formação desse “conceito subconsciente” da palavra falada.
Se você ainda não usa os flashcards em sala de aula, espero que mude de idéia depois de ler essa postagem. Confesso que eu mesma achava bobagem, e baseava essa opinião no fato de que presumia que todos os alunos entenderiam perfeitamente o que eu estava ensinando. Com o passar dos anos cheguei à conclusaão que as imagens são um auxiliar poderoso do qual nenhum professor pode se dar ao luxo de abrir mão.
Zailda Coirano
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